Saturday, October 24, 2009

Circunferências do pescoço e da cintura pode alertar população para problema de hipertensão


Artigo publicado no Journal of Human Hypertension defende a colocação de etiquetas em calças e camisas como medida preventiva

Sociedade Brasileira de Hipertensão

Muito já se ouviu falar no meio médico sobre a relação entre obesidade – a medida da cintura –, e determinadas condições de pressão, glicose e triglicérides, como fatores de risco para problemas como síndrome metabólica e apnéia obstrutiva do sono (OSA).

Dois médicos brasileiros, Dr. Décio Mion e Dra. Kátia Ortega, tiveram publicado um artigo no Journal of Human Hypertension, em que sugerem à comunidade médica internacional uma estratégia simples para alertar as pessoas quanto ao diagnóstico precoce.

O termo síndrome metabólica tem sido aplicado à agregação de fatores de risco que muitas vezes acompanham a obesidade e estão associados com risco de aumentar as doenças cardiovasculares e diabetes tipo II. A síndrome de apnéia obstrutiva do sono aumenta o risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Outros fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, diabetes mellitus, hiperlipidêmica e obesidade, freqüentemente acompanham OSA e são particularmente proeminentes entre os pacientes que têm colarinho de tamanho superior a 44,5 cm.

Assim, os autores acreditam que a OSA é uma manifestação da síndrome metabólica, porque há uma forte associação de OSA com obesidade, hipertensão e diabetes, os mesmos fatores associados à síndrome metabólica.

Em “Síndrome Metabólica e apnéia obstrutiva do sono: duas circunferências no mesmo indivíduo”, os médicos sugerem que a anexação de uma etiqueta informativa às calças com cintura superior a 94 cm – tamanho G, números 46 e 48 e GG, 50 e 52 -, para homens; e 80 cm - mais difícil falar em tamanhos porque os números são calculados pelo quadril e não pela cintura - para as mulheres, assim como em camisas cujos colarinhos sejam maiores do que 44,5 cm, ou seja, tamanho 5, para ambos os sexos.

“Esta é uma ideia simples, mas que pode ajudar às pessoas de todo o mundo a procurar o auxílio de um médico para cuidar da saúde. Muita gente não sabe que as medidas da cintura e do pescoço podem ajudar a diagnosticar facilmente uma série de problemas que, quanto mais cedo forem tratados, menos conseqüências trarão para sua saúde. Neste sentido, a parceria com indústrias de vestimentas pode trazer um grande ganho para a população”, ressalta o Dr. Décio Mion.

Monday, October 19, 2009

O estresse pode se revelar na voz


Ronaldo dos Reis Américo*

As doenças ligadas à rouquidão nem sempre têm causas físicas. Situações de estresse podem provocar aumento da tensão muscular ou mesmo fadiga da musculatura das pregas vocais. De acordo com Ronaldo dos Reis Américo, otorrinolaringologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, o sistema límbico, que controla o emocional, pode interferir na regulação dos sistemas motores. Desta forma, o emocional pode provocar disfunção motora das pregas vocais gerando rouquidão e até afonia. “No geral, esta relação não é percebida. Um exemplo é o caso de pessoas que, quando irritadas, perdem a voz”, diz.


Para definir se a rouquidão tem relação com estresse é fundamental que seja realizado um exame otorrinolaringológico completo buscando possíveis desordens orgânicas que promovam a disfonia. Esta avaliação pode ser complementada com o exame de Laringoscopia, que é de grande valia para a observação do aspecto visual da mucosa, movimentação e características vibratórias das pregas vocais. “Durante todo esse processo é observado a possibilidade de sinais de estresse, ansiedade exacerbada, insatisfações, ou outras possíveis manifestações de alterações ou distúrbios que possam estar ocorrendo na esfera psíquica”, diz o médico.


O tratamento para a rouquidão causada pelo estresse deve ser dirigido para a causa, sendo assim, mudanças comportamentais que possam melhorar a qualidade de vida são importantes ferramentas, para que o indivíduo reencontre seu equilíbrio vocal. Hábitos de vida saudáveis e a prática de atividades físicas ajudam a controlar o nível de estresse e são recomendáveis. “Para que a voz se mantenha saudável, é importante cuidar da saúde geral do corpo, beber muito líquido, não gritar, não realizar esforço vocal enquanto apresentar infecções de via aérea superior como gripes e resfriados, evitar fumo, álcool, drogas e poluição”, diz.


Em alguns casos específicos, de maior dificuldade de tratamento pode ser necessário aliar outras formas de terapia, como atendimento fonoterapêutico, psicológico e por vezes tratamento medicamentoso.

*Ronaldo dos Reis Américo, otorrinolaringologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos

Sunday, October 18, 2009

Cidadania: direito se conquista com aumento da conscientização e participação


Luiz Goshima*

O Brasil vem conquistando progressivamente um lugar de destaque entre as principais nações do planeta. Atualmente, nosso país integra o seleto clube de países que definem os rumos econômicos – e da política – mundial, o chamado G20, e ocupa a décima classificação no ranking das maiores economias. É um grande progresso em relação às posições que ocupávamos anteriormente. Porém, esses dados são obscurecidos pela grande desigualdade social, que leva a problemas relacionados à educação, à saúde, à habitação inadequada, entre outros fatores que impedem o desenvolvimento humano pleno de todos os cidadãos.

Segundo dados do Human Development Report (HDR), da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2004, o Brasil apresenta historicamente uma desigualdade extrema, com índice de Gini – que mede a desigualdade em países - próximo a 0,6 (quanto mais próximo de 1, pior a situação do País). Este valor indica uma desigualdade brutal e rara no resto do mundo, já que poucos países apresentam índice de Gini superior a 0,5. Dos 127 países presentes no relatório, o Brasil apresenta o oitavo pior índice de desigualdade do mundo, superando todos os países da América do Sul e ficando à frente apenas de sete países africanos.

Parte desses problemas advêm da forma com que a população enxerga os mecanismos institucionais de representação democrática. Pesquisa recente do Datafolha mostrou que 19% dos eleitores já venderam seu voto, percentual extremamente elevado e que denota a dificuldade de passar à prática o conceito de cidadania.

Uma das causas que estão na origem desses problemas reside na ausência da cidadania plena entre os brasileiros, num círculo vicioso que se repete há décadas. Além da desigualdade na distribuição da renda, o Brasil ainda possui um número bastante grande analfabetos – ocupa a décima-quarta posição entre os 19 países da América Latina, e tem cerca de 14 milhões de pessoas acima de 15 anos analfabetas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2007. Para educadores e pesquisadores da questão educacional na América Latina, ligados à Unesco e à Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), o Brasil é uma potência na economia, mas tem um grau de pobreza que é incompatível com essa qualidade.

De olho nessas questões e visando a aprofundar a discussão sobre a cidadania no Brasil, a Fundação Lia Maria Aguiar, sediada em Campos do Jordão/SP, e o Instituto Prometheus, de São Paulo, promoverão o Fórum Rumos da Cidadania – “A crise da representação e a perda do espaço público”, entre os dias 20 e 23 de outubro próximos, no Campos do Jordão Convention Center. Nesse evento, renomados especialistas, como Renato Lesssa, doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), na qual é também professor-titular de Teoria e Filosofia Política, além de professor-titular de teoria política da Universidade Federal Fluminense; Renato Janine Ribeiro, mestre em Filosofia pela Universidade de Paris I –Sorbonne e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e Olgária Matos, doutora em Filosofia pela Universidade de Paris I-Sorbonne e professora-titular da USP e da Universidade Federal de São Paulo, além do belga e doutor em Filosofia pela Universidade Católica de Louvain, Bélgica, André Berten. Esses e outros renomados palestrantes e debatedores discutirão a cidadania sob a ótica da crise de representação, com foco no Congresso Nacional e a relação do poder Judiciário com os outros poderes do Estado. Os resultados desse fórum serão distribuídos, na forma de livro e vídeo, a bibliotecas de escolas públicas e privadas. Esta é uma das formas de elevar a consciência de cidadania de nossos jovens, portanto do Brasil do futuro.

* Luiz Goshima é gerente de Projetos da Fundação Lia Maria Aguiar (www.fundacaoliamariaaguiar.org)

O Mundo Contra o Confinamento Intensivo Animal


Depois da União Européia e de Alguns Estados dos EUA, Também o Governo de Michigan Aprova Legislação que Combate o Confinamento Intensivo de Animais

Após aprovação pelos Senadores e Deputados do estado de Michigan (EUA), foi assinada nesta segunda-feira (12) pela Governadora do estado norte-americano uma importante lei voltada para os animais de produção. A promulgação da lei é resultado de longas negociações entre grupos humanitários e a agroindústria do estado. A nova legislação exige que galinhas poedeiras, porcas reprodutoras e bezerros criados para vitela sejam aptos a levantar-se, deitar-se, dar “meia volta” e alongar os seus membros; hoje, o sistema convencional de confinamento desses animais não permite sequer tais movimentos.

O projeto de lei conhecido como HB 5127 (House Bill 5127) recebeu apoio tanto na Câmara quanto no Senado locais, sendo aprovado com folga em todas as votações. Na Câmara, obteve quase 80% dos votos; no Senado, foi aprovado por unanimidade. Organizações de proteção animal como The Humane Society of the United States aplaudiram legisladores, grupos de agricultores e grupos ambientalistas por apoiar a medida, que coloca Michigan na vanguarda do bem-estar dos animais de produção.

Com a lei, os produtores do estado têm o prazo de três anos para abandonar totalmente as gaiolas para vitelos (bezerros desmamados precocemente). As superlotadas gaiolas em bateria (para galinhas poedeiras) e celas de gestação (para porcas reprodutoras), que são sistemas ainda amplamente praticados no Brasil, ficarão banidas em Michigan no prazo de dez anos.

Michigan não é o primeiro estado dos EUA a aprovar uma lei deste tipo. A California (estado mais populoso dos EUA) aprovou legislação semelhante em novembro de 2008 (o chamado Prevention of Cruelty to Farm Animals Act) e outros cinco estados norte-americanos já contam com leis que também proíbem certas formas de confinamento intensivo de animais, tais como as celas de gestação. Além disso, os 27 países-membros da União Européia já estão em contagem regressiva para a proibição completa das gaiolas em bateria convencionais (a partir de 2012) e celas de gestação (a partir de 2013).

Como está o Brasil
No Brasil, a campanha Pelo Fim do Confinamento Intensivo Animal (parceria das ONGs Humane Society International e ARCA Brasil) tem objetivos semelhantes. “No Brasil ainda há milhões de galinhas e porcos que são submetidos aos rotineiros maus-tratos do confinamento em gaiolas em bateria e celas de gestação”, lembra o Gerente de Campanha Guilherme Carvalho, da Humane Society International (HSI). “A pesquisa científica mostra que estas formas de confinamento não podem proporcionar bem-estar animal sob nenhuma circunstância”, acrescenta.

O presidente da ARCA Brasil, Marco Ciampi, explica que esta tendência mundial não se restringe à legislação. “Além dos avanços legais, grandes redes de supermercados e lanchonetes no país estão passando a preferir fornecedores com normas de bem-estar animal”, diz. O setor da agroindústria está começando a adotar o recente selo de certificação Certified Humane, que não aceita as gaiolas: “O Grupo JD e a Korin Agropecuária acabam de ser certificados”, complementa Ciampi.

Segundo Carvalho, embora grande parte da população ainda desconheça o processo de criação por trás dos produtos que consome, pesquisas recentes indicam que a maioria dos brasileiros já se preocupa com o bem-estar animal. “Queremos que essa preocupação se torne uma atitude, por exemplo quando o consumidor vai ao supermercado comprar ovos”.

A campanha Pelo Fim do Confinamento Intensivo Animal foi lançada no início deste ano e seus representantes têm se reunido com produtores, políticos e empresas do varejo alimentar, propondo medidas que efetivamente melhorem a vida dos animais de produção. Executivos das maiores redes de supermercados têm se mostrado receptivos à idéia de adotar políticas de preferência por produtos “livres de gaiolas”. Por ocasião da recente Bio Brazil Fair 2009, a maior feira nacional de orgânicos, Guilherme Carvalho entregou em mãos o material da campanha ao Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Para saber mais sobre a campanha e sobre o confinamento intensivo, acesse:
www.confinamentoanimal.org.br ou hsi.org/brasilconfinamento.

Economia cresce no segundo trimestre de 2009


Carta de Conjuntura apresenta dados da recuperação econômica; mas indústria ainda reage lentamente

"A economia brasileira atravessa um período de absoluta tranquilidade em vista da dimensão da crise internacional". A frase do coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg, resume a tônica do boletim Carta de Conjuntura de setembro.

Acompanhado pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicos do Instituto, João Sicsú, o técnico do Ipea apresentou no Escritório da Presidência da República, em São Paulo, dados sobre a recuperação da economia no segundo trimestre de 2009, algo já aguardado, segundo os economistas.

"Tivemos um colapso da taxa de investimento do terceiro para o quarto trimestre de 2008, o que fez a produção industrial despencar. A crise do ponto de vista doméstico é da indústria. A economia se segura pelo serviço, pela demanda, pelas exportações", afirmou Messenberg.

Com crescimento já no segundo trimestre de 2009, a economia saiu da classificação técnica de uma recessão - dois trimestres de crescimento negativo, no caso, o último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009. A taxa de desemprego em todo o período foi um dos destaques.

Empregos

"Temos uma taxa de desemprego, em torno de 8%, considerada bastante aceitável para um período de recuperação econômica. Empregos formais crescem mês a mês de forma bastante positiva. Não tínhamos esse dado quando elaboramos a Carta de Conjuntura, mas, em setembro, foram criadas 250 mil vagas, metade delas no segmento mais atrasado no processo de recuperação, a indústria", ressaltou João Sicsú.

Ainda assim, a indústria, segundo Messenberg, eliminou no acumulado do ano, 61 mil postos de trabalho. A Carta de Conjuntura trouxe números sobre inflação, finanças públicas, crédito e setor externo. "A redução da fragilidade externa do País, nosso calcanhar-de-aquiles, foi crucial para a retomada", disse Messenberg.

O diretor Sicsú destacou também a posição favorável do Brasil quanto às suas finanças públicas. "Nossas receitas caíram em relação a 2008, mas era esperado, na medida em que em 2009 o crescimento seria menor. Mas nosso déficit nominal acumulado é da ordem de 3%, o que é confortável, em vista das medidas anticíclicas tomadas pelo governo".

Já a previsão do Ipea para o crescimento do PIB se mantém entre 0,2% a 1,2%. "Mas estamos agora muito mais próximos de 1,2%", frisou Sicsú.

Friday, October 16, 2009

Abrir mercados

Milton Lourenço*

O comércio exterior apresentou, em maio, números preocupantes, com superávit comercial de US$ 2,6 bilhões (média diária de US$ 132 milhões), o que representou uma queda de 28,6% em relação a abril deste ano (US$ 3,7 bilhões) e 34,9% abaixo que o de maio de 2008 (US$ 4 bilhões), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações em maio foram de US$ 11,9 bilhões (média diária de US$ 599 milhões), resultando em queda de 2,7% em relação a abril último (US$ 12,3 bilhões) e de 37,9% na comparação com maio do ano passado (US$ 19,3 bilhões).


Já as importações de maio, por sua vez, totalizaram US$ 9,3 bilhões (média diária de US$ 466 milhões), apresentando crescimento de 8,4% sobre abril deste ano (US$ 8,6 bilhões) e retração de 38,7% sobre o mesmo período de 2008 (US$ 15,2 bilhões).


A corrente de comércio do período alcançou US$ 21,3 bilhões (média diária de US$ 1 bilhão). Em relação a abril de 2009 (US$ 20,9 bilhões), foi registrado crescimento de 1,9%, mas houve redução de 38,3% sobre igual período do ano anterior (US$ 34,5 bilhões).


É de lembrar, porém, que as diferenças só não foram maiores porque, em abril e maio do ano passado, houve uma greve dos fiscais da Receita Federal, que afetou sensivelmente a movimentação de cargas nos portos naquele período. Os dados refletem bem a situação de crise interna da economia brasileira, a partir do reconhecimento do governo de que o País está em recessão, depois de uma retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 em comparação com igual período do ano passado. É de observar que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) só não foi maior porque 80% da produção industrial estão voltados para o mercado interno.


Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as exportações em 2009 deverão cair 20% em média, mas isoladamente as vendas de produtos manufaturados para o exterior vão sofrer um baque de 35%. A diferença ficará por conta de commodities que devem cair bem menos.


Com a desaceleração mundial, se o País não quiser continuar a acumular maiores perdas, precisará encontrar nos países emergentes o mercado para os seus produtos, especialmente Rússia, Índia e China, que formam, juntamente com o Brasil, a sigla Bric, que representa as nações em desenvolvimento que podem continuar a crescer (ainda que menos) neste momento de crise. Mas não é o que se vê. Além de esperar muito para agir, o governo tem lançado iniciativas tímidas que, dificilmente, irão reativar a economia, limitando-se a buscar novas medidas de estímulo em políticas que não exijam desonerações de impostos. Externamente, o governo concentra-se, nos dias atuais, numa missão a mercados africanos, que não devem ser desprezados, mas que não representam nenhuma tábua de salvação para os produtos brasileiros. E que entram aqui apenas para que o governo tenha o argumento de que está procurando diversificar mercados, quando a questão é outra, ou seja, a perda de espaço em mercados tradicionais.


Para recuperar esse espaço e avançar nos mercados dos países emergentes, na verdade, o que se esperava é que o governo adotasse uma política mais agressiva, participando mais de feiras, fazendo marketing e, mais importante, colocando em funcionamento um Export-Import Bank nacional que venha, de fato, a fomentar as exportações, idéia que só nos últimos dias ganhou consistência. Tudo isso, porém, deve ser feito sem se deixar de atacar os obstáculos internos que dificultam uma maior inserção do Brasil no comércio mundial, como as reformas previdenciária, fiscal e trabalhista, que reduziriam a carga tributária, e o investimento limitado que se faz em bens públicos (segurança, infra-estrutura, educação e saúde).


Só assim o País poderá continuar a fazer jus a sua inclusão no Bric, que inclui países com grandes populações e altas taxas de crescimento. Até agora, a liderança nesse grupo, termo criado pelo norte-americano Jim O´Neill, economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, pertence a China, que cresceu 8,6% ao ano na última década. Para se manter como um Bric, o Brasil precisa crescer entre 3% e 3,5% ao ano pelas próximas décadas, segundo O´Neill.


É de registrar que o País vinha crescendo a 5% e 6%, mas, em função da crise, na previsão otimista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é de se esperar em 2009 uma alta de 1% a 2%, o que não seria o fim do mundo nas atuais circunstâncias. Para que essa previsão se concretize, porém, é preciso que antes o governo adote medidas que possam destravar o comércio exterior. Não será com o anúncio de missões ao continente africano ou de que o governo está procurando reduzir a burocracia que o País vai chegar lá. Esse discurso é sempre retomado em épocas de dificuldades, como pode descobrir quem se dispor a pesquisar jornais velhos. E não leva a nada de muito significativo.

*Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Centro de Logística de Exportação (Celex), de São Paulo-SP.

Wednesday, October 14, 2009

HIPERIDROSE PIORA COM O ESTRESSE, AFIRMA ESPECIALISTA MÉDICO


Antonio Rissoni Júnior

Um excesso de suor que pode ocorrer em diversas partes do corpo e aumentar sem causa aparente, a Hiperidrose é uma sudorese que ultrapassa o controle da regulação da temperatura corporal – e traz desconforto. Uma patologia comum, que atinge cerca de 0,6 a 1% da população, com aumento do suor na axila, mãos, pés e rosto ou em outra parte do corpo esclarece o médico Cirurgião Torácico, Antonio Rissoni Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, alertando que o estado emocional pode piorar o processo da Hiperidrose, levando o paciente a insegurança e tensão.

A pele é composta por dois tipos de glândulas, as apócrinas e as écrinas, porém as que estão diretamente ligadas ao processo de Hiperidrose são as écrinas responsáveis pelo controle da temperatura e o excesso de secreção. Estão localizadas nas axilas, mãos e pés. Existem cerca de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.

Há dois tipos de Hiperidrose, a primária e a secundária. A primária não tem causa conhecida e é resultante de fatores genéticos, se manifesta em qualquer fase da vida. Já a secundária está associada a uma causa, como a obesidade, menopausa, drogas antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas. Medicamentos neurológicos, psiquiátricos, morfina e excesso de hormônios da tireóide também podem desencadear a Hiperidrose.

Segundo o especialista, a doença não é grave, mas piora com a intensidade das emoções e é errôneo dizer que sua causa é emocional. “A patologia também ocorre sem situação emocional ou motivo aparente, o que muitas vezes leva o paciente ao constrangimento, dando a impressão de descontrole emocional. O indivíduo que tem Hiperidrose apresenta sudorese sob as mesmas condições de quem não tem, só que em quantidade maior e em diferentes situações. Vale lembrar que o desconforto pode surgir em qualquer temperatura, baixa ou alta”, explica Rissoni.

Geralmente os pacientes que apresentam a doença têm a “Síndrome do Gatilho da Hiperidrose”, assim que o indivíduo percebe que vai começar a suar, surge um processo de ansiedade, gerado pela própria doença, que desencadeia uma sudorese mais forte, provocando um círculo vicioso.

Existem diversos tratamentos para a Hiperidrose porém o mais eficaz e seguro é a cirurgia Simpatectomia Torácica por Videotoracoscopia, que interrompe a condução nervosa responsável pelo problema com a retirada dos gânglios nervosos. O resultado é imediato. É
utilizado na Hiperidrose palmar, axilar e facial dependendo do caso.

Após a cirurgia pode surgir a Hiperidrose Compensatória - aumento de suor em outras partes do corpo – um processo normal e leve, que desaparece com o tempo. Vale lembrar que ela não é uma complicação da cirurgia e sim um efeito colateral do tratamento.
Este procedimento cirúrgico não é recomendado aos pacientes com Hiperidrose secundária, portadores de insuficiência respiratória ou cardiovascular e com sequela de tuberculose e outras patologias que possam causar alterações anátomo funcionais no tórax.

Já os tratamentos com remédios, drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas proporcionam alívio parcial e inibem o neurotransmissor que controla as glândulas sudoríparas, age em todas as partes do corpo reduzindo a produção de suor, mas pode apresentar efeitos colaterais.

Alguns fatores podem aumentar a sudorese sem que se apresente a Hiperidrose e quem possui a doença deve evitá-los, como por exemplo, trabalhar em atividades pesadas, exercitar ou se expor ao sol em dias muito quentes, ingerir cafeína, álcool, comidas picantes, chocolate, chá, carne de porco. Algumas emoções também podem gerar suor, uma condição normal, e fazer com que o corpo perca fluído e mantenha a temperatura estabilizada.

Quando Trabalho Vira Prazer


Rick Boxx

Estabelecemos inúmeros objetivos ao longo de nossa carreira profissional. Mas para muitos, a aposentadoria aos 65 anos – ou antes, se possível – parece ser o principal. Mas com os ventos da economia soprando desfavoravelmente, consumindo a poupança de milhões de investidores, muitos aposentados em potencial tiveram a necessidade de rever substancialmente seus planos.

Apesar de tudo, grande número de profissionais e empresários inicia sua jornada de trabalho sonhando com o dia em que arrumarão suas coisas no escritório pela última vez e começarão uma nova vida de relativo lazer, sem ter que lidar com as pressões e prazos do cotidiano das corporações. Quando esse dia chegar, muitos escolherão atividades como golfe, jardinagem ou viagens, fazendo delas o foco central de seu tempo e energia. No processo de embarcar numa nova fase da vida, contudo, eles deixam para traz anos de sabedoria e experiência.

Por tudo isso a história de Waldo McBurney, de Quinter, Kansas, EUA, que se tornou tema de programas de TV e artigos de jornal, nos parece bem revigorante. Waldo McBurney foi declarado o trabalhador mais idoso da América em 2006, aos 104 anos! Sua carreira profissional foi literalmente da época das charretes a cavalo, à era dos computadores. Recebeu o primeiro salário em 1915, aos 13 anos, conduzindo cavalos que puxavam uma debulhadora de trigo.

Na década de 50 abriu um negócio de lavagem de sementes, empreendimento mantido até completar 91 anos. A essa altura, entretanto, ao invés de se aposentar, ele transformou sua criação de abelhas, um hobby de décadas, em outro empreendimento: venda de mel. Finalmente em 2008 ele vendeu seu negócio, admitindo que já era hora de “diminuir o ritmo”. Morreu em julho, aos 106 anos, deixando um rico e digno legado de trabalho.

Aparentemente McBurney não continuou trabalhando por necessidade. Existiam outros interesses. Por exemplo, ele gostava de correr desde que era criança e, aos 65 anos, passou a dedicar-se a corridas de longa distância. Chegou a competir nas Olimpíadas Sênior, World Masters e outras competições, conquistando 10 medalhas de ouro. Continuou a participar de corridas até 2004, quando escreveu sua autobiografia, “My First 100 Years: A Look Back from the Finish Line" (Meus Primeiros 100 Anos: Um Retrospecto à Linha de Chegada)”.

McBurney não tinha um estilo de vida de desperdício. Geralmente caminhava os poucos quarteirões que separavam sua casa do escritório. Dispunha de recursos suficientes para se aposentar com conforto, mas percebeu o valor do trabalho e extraiu grande prazer de suas atividades vocacionais. Relaxar numa cadeira de balanço, passar o dia vagueando pelo jardim ou passeando no parque, aparentemente não o atraíam nem um pouco.

O rei Salomão, reputado o homem mais sábio da história, bem poderia estar se referindo ao Sr. McBurney quando escreveu em Eclesiastes 5.19-20: “E quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus. Raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração.”

Usar as habilidades e talentos que Deus lhe deu em uma ocupação que você gosta, pode muito mais encher seu coração de alegria, que a “tradicional” aposentadoria aos 65 anos. Decida-se a não perder o melhor que Deus tem para seus próximos anos.

HÁ MALES QUE VÊM PARA BEM

Prof. Nicolau Marmo*

O novo ENEM terá duas finalidades: avaliar o Ensino Médio e selecionar alunos para as universidades federais. Tende a não ser eficiente, nem em uma coisa, nem na outra, pois é difícil harmonizar num único exame duas expectativas tão distintas.

O MEC faria melhor se mantivesse o ENEM como exame avaliador do Ensino Médio, tornando-o obrigatório, e elaborasse uma prova específica para o vestibular unificado das universidades federais, balizada nos princípios dos PCNs.

No que se refere à quebra de sigilo, foi uma surpresa acontecer na gráfica. Previa-se que isso pudesse ocorrer em um dos 10.000 postos de exame espalhados por esse Brasil afora.

• Que conseqüências para os alunos trouxe a mudança de datas do novo ENEM?
Há males que vêm para bem. Como disse o senhor Ministro, os alunos terão mais tempo para estudar. Acrescentamos: e as escolas poderão terminar os programas.
• O que os alunos acharam da prova que não foi realizada?
Questões fáceis, porém com enunciados longos, cansativos, que exigem muita concentração, leitura cuidadosa. Consideram o número de testes exagerado para o tempo disponível.
• O que os professores acharam dessa prova?

Aproximadamente 70% das questões estão adequadas à avaliação do Ensino Médio, uma vez que para esse fim não se costuma cobrar conteúdo. 30% das questões serviriam para selecionar candidatos, se não fosse a despreocupação em relação à abrangência dos principais tópicos do programa. A distribuição dos assuntos foi aleatória. Para exemplificar, não constaram questões de Eletricidade, Óptica, Oscilações e Acústica.

• Como agiram os diversos vestibulares quanto à coincidência de datas de provas?
Alguns desistiram do ENEM e outros alteraram suas datas.
• A FUVEST desistiu do ENEM. Isso trará algum prejuízo para o seu vestibular?
Não, ao contrário, trará benefícios. O ENEM tem sido um intruso no processo de seleção da FUVEST. Como cansamos de afirmar: ENEM significa Exame Nacional do Ensino Médio.

*Prof. Nicolau Marmo é coordenador geral do Sistema Anglo de Ensino. Desde a década de 50, atua na preparação de estudantes para os principais vestibulares do país

Jornal BLEH!

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